Havia a viola da vila,
a viola e o violão.
Do vilão era a viola,
e da Olívia o violão.
O violão da Olívia dava
vida à vila, à vila dela.
O violão duvidava
da vida, da viola e dela.
Não vive Olívia na vila,
na vila nem na viola.
O vilão levou-lhe a vida,
levando o violão dela.
No vale, a vila de Olívia vela a vida
no seu violão vivida
e por um vilão levada.
Vida de Olívia - levada
por um violão violento.
Violeta violada
pela viola do vento."
MEIRELES, Cecília. Cecllia Meireles - obra poética.
Rio de Janeiro: Nova Aguílar, 1985.
O esconderijo do poeta são suas palavras. Nos cantos mais obscuros da língua ele jaz, encapotado. De seus becos vazios e escuros, ele espreita, à espera de alguma palavra descuidada, jogada fora. Forma com elas tijolos com os quais vai erguendo sua fortaleza. Queres encontrar um poeta, procura-o entre os muros de palavras, nos becos da linguagem. Encontrá-lo-á, encolhido, encapuzado, porém atento, aguardando o próximo descuido...
Um comentário:
Tens meu apoio,mas precisa ter foco no conteúdo.
Um abração!
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