Chega o Joãozinho na farmácia cheia de gente e grita:
- Eu quero um preservativo!
- Você devia ter mais cuidado com a língua – disse a farmacêutica.
- Tem razão, então levo dois!
O esconderijo do poeta são suas palavras. Nos cantos mais obscuros da língua ele jaz, encapotado. De seus becos vazios e escuros, ele espreita, à espera de alguma palavra descuidada, jogada fora. Forma com elas tijolos com os quais vai erguendo sua fortaleza. Queres encontrar um poeta, procura-o entre os muros de palavras, nos becos da linguagem. Encontrá-lo-á, encolhido, encapuzado, porém atento, aguardando o próximo descuido...
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