quarta-feira, 15 de setembro de 2010

CANÇÃO DO EXÍLIO [Gonçalves Dias]


Kennst du das Land, wo die Citronen blühn,
Im dunkeln Laub die Gold-Orangen glühn,
Kennst du es wohl?
Dahin, Dahin!
Möcht ich... ziehn!
Goethe ¹
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
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¹ Nota do Vilão: A introdução acima é um trecho do poema de Goethe, e é parte integrante dessa obra de Gonçalves Dias, embora dificilmente encontra-se na rede o poema completo, pois a introdução acima é muitas vezes ignorada e retirada do poema, até mesmo por editoras, talvez por ficar mais conveniente para estudantes que não se interessam muito por alguma coisa que deva ser pesquisada, ou até mesmo para a crítica, que feita de maneira raza e superficial, prefere tirar um trecho que poderia causar um pouca mais de reflexão, do que ter de explicá-lo.
Mas aqui fica uma crítica e um apelo do blog Vila Vilão. Não se pode privar um leitor de conhecer uma obra completa, a quem edita e publica algo, não é atribuídoo direito de ocultar algum trecho da obra, pois o mesmo, é alterá-la de sua forma original, um crime contra o autor.

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