- Minha mulher, a solidão,
- Consegue que eu não seja triste.
- Ah, que bom é o coração
- Ter este bem que não existe!
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- Recolho a não ouvir ninguém,
- Não sofro o insulto de um carinho
- E falo alto sem que haja alguém:
- Nascem-me os versos do caminho.
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- Senhor, se há bem que o céu conceda
- Submisso à opressão do Fado,
- Dá-me eu ser só - veste de seda -,
- E fala só - leque animado.
- Fernando Pessoa, 27-8-1930
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